O saber a ensinar na base nacional comum curricular e no referencial curricular de Rondônia

Autores

Resumo

Assumimos neste manuscrito que os saberes necessários para o exercício de ensinar, seja no ensino fundamental, médio ou superior, resultam de um processo ontológico, que se inicia antes do curso de formação inicial docente, tal como indicado por Freire (1996), Gauthier et al. (2013), Nóvoa (1992, 2017) e Tardif (2000, 2012, 2014). No processo ontológico, reconstruído no decorrer de uma pesquisa de doutorado, analisamos a Base Nacional Comum Curricular brasileira e o Referencial Curricular do Estado de Rondônia. Com o objetivo estabelecer relações entre os saberes curriculares com os domínios de estudo da transposição didática, identificamos, de forma explícita ou implícita na textualização destes dois documentos, a publicidade, o controle social e a programação da programabilidade do saber a ensinar referente aos modelos planetários. Os resultados indicam que os dois documentos listam praticamente os mesmos saberes curriculares, não sendo consideradas especificidades regionais no documento estadual. A discussão de modelos planetários é indicada para os dois últimos anos do ensino fundamental, discorrendo sobre a configuração atual do sistema solar, sem textualizar o desenvolvimento histórico e epistemológico da teoria científica. No caso do documento estadual, não identificamos saberes regionais, como os relacionados à Astronomia e Cosmologia dos povos originários.

Palavras-chave:

conhecimento disciplinar escolar, ensino de ciências, heliocentrismo

Biografia do Autor

Patricia Matos Viana de Almeida, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

Doutoranda em Ensino de Ciências na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Professor da Universidade Federal de Rondônia - UNIR. Possui graduação pela Universidade Federal de Rondônia (2009), especialização em ensino superior pela Faculdade de Cuiabá (2011) e pela Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT (2015). Durante a graduação trabalhei no Projeto de Educação Tutorial – PET, desenvolvendo atividades de ensino e extensão com construção e aplicação de experimentos de baixo custo na sala de aula do meio e atividades de pesquisa relacionadas ao aceite de avestruz. Não conseguimos trabalhar na área de Física, com uma fase em Materiais Dielétricos com Propriedades Dielétricas. Na área de Física e Astronomia, com fase em metodologias pedagógicas para ensino e prática docente. Uma pesquisa com foco em materiais dielétricos e nanocompósitos com aplicabilidade em diversas áreas tecnológicas e ambientais, bem como pinturas a óleo na região amazônica com aplicabilidade em biomedicina.

Nádia Cristina Guimarães Errobidart, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

Possui graduação em Física pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (1997), mestrado em Física pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2002) e graduação em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2010). Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. É vice-coordenador do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Educação em Ciências. Gestora de acordo de Cooperação Técnica com o Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Mato Grosso do Sul - IFMS.