Qualidade de vida em pacientes inférteis no Brasil: espiritualidade religiosa como um mecanismo de adaptação

Autores

  • Drauzio Oppenheimer Universidade do Porto
  • Christiane Peres Caldas Universidade do Porto
  • Giovanna Cazelato Menin da Fonseca Faculdade de Medicina de Itajubá
  • Cecília Rezende Fernandes Faculdade de Medicina de Itajubá
  • Francisca Rego Universidade do Porto
  • Rui Nunes Universidade do Porto

Resumo

Devido à pressão social e ao desejo individual de ter filhos, a infertilidade é frequentemente acompanhada de sofrimento e diminuição da qualidade de vida. Entre os possíveis mecanismos de adaptação, a religião tem sido sugerida para ajudar a melhorar a qualidade de vida. O objetivo desse estudo foi verificar, em uma coorte de brasileiras em tratamento da infertilidade, se há uma relação entre religiosidade e qualidade de vida. A amostra consistiu de 104 brasileiras voluntárias que procuraram tratamento da infertilidade. Foram administrados os questionários FertiQoL e de Religiosidade. Estatísticas descritiva foram computadas e grupos comparados usando teste do chi-quadrado. A maior parte das participantes no estudo afirmaram que a religiosidade estava associada com bem-estar e 90% delas concluíram que a religiosidade era um processo importante durante o tratamento da infertilidade. O estudo encontrou que a religiosidade leva a uma melhor capacidade de enfrentamento adaptativo. Ainda que seja difícil demonstrar causalidade, os resultados sugerem fortemente que a religiosidade joga um papel importante em ajustar os aspectos psicológicos de mulheres inférteis.

Palavras-chave:

infertilidade feminina, clínicas de fertilização, medicina, qualidade de vida, religião